terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Vestibular Indígena terá 495 candidatos de diversas etnias

Agência UEL - 07/12/2015

Quatrocentos e noventa e cinco indígenas de diversas etnias do Paraná e de outros oito estados brasileiros participam nesta quinta e sexta-feira (dias 10 e 11) do Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná. O concurso será realizado no Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), no Campus da UEL, em duas etapas.

No dia 10, os candidatos passarão por prova oral de Língua Portuguesa e no dia 11 será aplicada a prova de Redação e prova objetiva, composta por 40 questões de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira ou Língua Indígena (Guarani ou Kaingang), Biologia, Física, Geografia, História, Matemática e Química. A coordenação do concurso é da Comissão Universidade para os Índios (CUIA) estadual, com apoio das Universidades.

O vestibular específico para indígenas, criado por lei estadual em 2001, oferece seis vagas em cada uma das sete Universidades Estaduais, além de dez vagas na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, que se associou ao processo como conveniada. Este ano os indígenas são provenientes de reservas de todo o Paraná e dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amazonas.

A logística do vestibular foi preparada pela UEL, enquanto instituição anfitriã. Os candidatos deverão ficar alojados na sede da Associação do Pessoal da UEL (APUEL), na zona sul de Londrina. As refeições serão feitas no Restaurante Universitário (RU). A impressão das provas e a logística para a aplicação deste ano estarão a cargo da Coordenadoria de Processos Seletivos (Cops) da UEL.

Regras ? Diferente de um concurso tradicional, no vestibular indígena o candidato escolhe apenas a Universidade onde deseja estudar, e não o curso. A escolha da graduação é feita pelo aluno no ato da matrícula. A UEL, no entanto, implantou no ano passado um ciclo intercultural de iniciação acadêmica, com duração de um ano, no qual os alunos indígenas recebem formação intermediária entre a educação básica e o ensino superior.

A mesma lei que criou o vestibular para indígenas estabeleceu a concessão de uma bolsa de assistência para os que entrarem na universidade. Atualmente, a bolsa é de R$ 633,00 e de R$ 950,00 para quem tem filhos.

Histórico - O Paraná tem 17 áreas de reservas indígenas demarcadas e foi o primeiro Estado do Brasil a estabelecer uma política pública de ingresso e permanência de indígenas em universidades públicas, lembra o professor Wagner Roberto do Amaral, presidente da CUIA/UEL e vice-presidente da CUIA Estadual. O Vestibular dos Povos Indígenas começou, há 14 anos, com 52 candidatos.

Em 14 anos foram oferecidas um total de 525 vagas. Na UEL já ingressaram 66 estudantes indígenas. Hoje existem em torno de 340 alunos indígenas matriculados no Estado. O número dos que se formam, porém, ainda é pequeno. Na UEL, de acordo com o professor, se formaram nove dos que ingressaram de 2002 a 2008, um índice de 25%, devido à alta evasão. Já se formaram uma médica, dois dentistas, um jornalista, um assistente social, um médico veterinário, uma secretária executiva, um design gráfico e um professor de Educação Física.

Veja também:

XV Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná
(www.uel.br/prograd/vestibularindigena)

Nenhum comentário:

Postar um comentário