Outros encontros estão agendados para outubro e novembro |
Agência UEL - 19/09/2019
"O grande desafio das questões étnico-raciais é a formação docente em todos os níveis de educação". A opinião é do professor Paulo Vinicius Baptista da Silva, professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná. Ele participou, nesta quinta-feira (19), no Anfiteatro Cyro Grossi, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), do evento "Educação das Relações Étnico-Raciais: diálogos com o Ensino Superior", promovido pela Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD), PROPE e NEAB, da UEL.
O professor recorre ao conceito de alfabetização da diáspora africana para refletir sobre a questão étnico-racial. "Não somos alfabetizados na diáspora [da África] e grande parte da população não tem formação ou tem desinformação. Isso se dá também em toda a rede de ensino, incluindo os cursos superiores". Diáspora é o processo de dispersão, pelo mundo, de um determinado povo.
Baptista da Silva lembra que, atualmente, existe material para o ensino étnico-racial, desde sites a publicações impressas. Ele cita a Coleção História Geral da África, traduzida para o português em 2010, pela Unesco. A obra tem oito volumes que abordam da pré-história na África ao século XX. A publicação é considerada um marco no reconhecimento África em relação ao seu patrimônio cultural.
Para o professor, reconhecer o continente africano e seus descendentes faz parte da luta contra o racismo, na qual precisam ser combatidos o preconceito e a discriminação racial. Ela destaca a iniciativa da UEL, de debater a questão étnico-racial no contexto da graduação para os cursos de licenciatura e bacharelado.
Também participou dos debates, a gestora da Promoção de Igualdade Racial de Londrina, Maria de Fátima Beraldo. Ela afirma que a luta contra o racimo é constante e precisa da atuação permanente do movimento negro. Ainda ressalta o papel em rede das instituições e entidades no combate à discriminação. "Esse evento mostra o compromisso na afirmação dos direitos e no combate ao racismo", diz.
A professora Maria Nilza da Silva, do Departamento de Ciências Sociais, do CCH, lembra que as diretrizes para o ensino de questões étnico-raciais foram implementadas por lei em 2003, mas até hoje não foram efetivadas. "Eu acredito na educação e no seu poder de transformação", afirma. A lei a que a pesquisadora se refere é a 10.639/2003, que estabelece os parâmetros para incluir, no currículo da rede de ensino, a história e a cultura afro-brasileira.
A pró-reitora de Graduação da UEL, professora Marta Fávaro, destaca três aspectos na abordagem das questões étnico-raciais no ensino superior: melhorar a ação docente acerca da temática, fortalecer o trabalho dos cursos de graduação e qualificar a formação de futuros profissionais. "Precisamos fortalecer a rede de combate ao preconceito e à discriminação. Esse debate é parte desse processo".
O evento "Educação das Relações Étnico-Raciais: diálogos com o Ensino Superior" terá dois novos encontros. No dia 8 de outubro, o debate será feito com o professor Jefferson Olivatto da Silva (UEL), as professoras Wladithe Organ de Carvalho (UEL) e Maria Valeria Barbosa (Unesp/Marília). No dia 5 de novembro, o evento segue com grupos de trabalho (GTs), com o tema "Construção de propostas de trabalho para serem formulados em seus cursos de origem".
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