UEL se articula em defesa da manutenção do PIBID

Agência UEL - 22/02/2016

Estudantes e docentes da UEL estão se mobilizando, em várias frentes, para uma série de ações em favor da manutenção do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência). O governo federal, responsável pelo Programa, anunciou, há quase um ano, um corte - a partir de 1o de março - que afetará todas as instituições de ensino superior do país. Só na UEL, significa uma redução de mais de 50% das bolsas - de 711 para 345, sendo que já houve um corte anterior, pois as bolsas chegavam a 952.

O PIBID oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas de ensino básico e que, quando graduados, comprometam-se com o exercício do magistério na rede pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública.

Com essa iniciativa, o PIBID faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e as redes estaduais e municipais, unindo as respectivas secretarias de educação e as universidades públicas em favor da melhoria do ensino nas escolas públicas. O avanço é nos dois sentidos, pois tanto os cursos de graduação quanto as escolas trocam experiências, conhecimentos e compartilham desafios. O governo prevê um corte de 270 milhões de reais do orçamento para o Programa.

Fórum Nacional - O Fórum Nacional dos Coordenadores Institucionais do PIBID (FORPIBID) têm defendido o Programa, especialmente depois do anúncio de cortes. Ainda ano passado, representantes do Fórum participaram de uma audiência pública na Comissão de Educação da Câmara Federal, levando cerca de 70 mil assinaturas contra os cortes. No último dia 25, o Fórum enviou uma Carta em Defesa do PIBID, exortando o êxito do Programa e apontando o prejuízo que serão trazidos pelos cortes.

Segundo o professor Carlos Alberto Albertoni (Departamento de Filosofia), coordenador institucional do PIBID na UEL, alguns projetos vão simplesmente desaparecer. Atualmente, são 50 escolas e 20 mil alunos atendidos, numa dinâmica especializada, que se tornará inviável com um corte de mais de 50%. Projetos que sobreviverem irão definhar.

A Diretora de Ação Pedagógica da Pró-reitoria de Graduação da UEL, professora Andreia Maria Cavaminami Lugle, observou que o Progrades (Fórum Permanente de Pró-reitores de Graduação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Paraná) também apoia esta mobilização. No dia 10 de fevereiro, depois de uma reunião, o Fórum enviou à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Brasília, um ofício em que defende a manutenção do PIBID. O Ofício informa que, no Paraná, 16 instituições de ensino superior participam do Programa, em 46 cidades, envolvendo 457 escolas públicas (101 municipais e 356 estaduais), totalizando 6.795 bolsistas.

A professora Andréia lembrou que tanto os participantes das IES quanto das escolas de ensino básico recebem bolsas. No ofício, o Progrades solicita que o governo reconsidere a prerrogativa de corte de no mínimo 50%; esclareça com mais detalhes quais alternativas serão apresentadas às universidades; e mantenha o diálogo com o FORPIBID para auxiliar nas decisões sobre mudanças no Programa.

Vídeo - Na UEL, alunos e professores produziram um vídeo com depoimentos em defesa do PIBID. Nesta terça (23), das 11 às 13 horas, alunos e docentes, tanto do ensino básico quanto da UEL, farão uma manifestação na esquina das avenidas JK e Higienópolis, para informar a população da situação do Programa. Haverá faixas, cartazes, material de divulgação, e depois devem subir a Higienópolis protestando.

Na quarta (24), as professoras Andreia Lugle e Sandra Oliveira, da Pró-reitoria de Graduação, estarão em Brasília participando de uma audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal para tratar do PIBID. Novos abaixo-assinados serão levados para apoiar a iniciativa. O professor Albertoni disse ainda que vários políticos, de diferentes legendas, já manifestaram apoio à iniciativa. A audiência deverá ser transmitida pela TV Senado, às 10 horas.