segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Licenciaturas sofrerão reformulação a partir de 2019

Equipe da Prograd prevê impacto positivo dos futuros professores, a partir dos novos Projetos Pedagógicos das Licenciaturas

Agência UEL - 22/08/2018

Dos 15 cursos oferecidos pela UEL, 13 passarão por reformulações com experiências e práticas em espaços escolares e educativos, desde o início da graduação

Em obediência à Resolução 02/2015, do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação, que define as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatura, a partir do ano de 2019, dos 15 cursos de Licenciatura da UEL, 13 passarão por reformulações. A Resolução estabelece normas para a composição curricular destes cursos (de formação dos professores) considerando as etapas da vida escolar - Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Uma novidade imposta pela Resolução 02/2015 foi a Prática como Componente Curricular - PCC, que propõe aos cursos experiências vivenciadas em espaços escolares e educativos, desde o início da graduação. Na UEL, as alterações serão implementadas já para as novas turmas que iniciarem os estudos no próximo ano.

Segundo a Pró-reitora de Graduação da UEL, professora Marta Regina Gimenez Favaro, as novas mudanças provocaram uma grande mobilização por parte dos Colegiados de Curso e Núcleos Docente Estruturante - NDE, num movimento de avaliação das propostas em funcionamento e elaboração de ações que aproximem ainda mais o estudante de licenciatura das escolas e dos demais espaços educativos. Segundo o Capítulo V da Resolução, que trata da "Formação Inicial do Magistério da Educação Básica em nível superior: estrutura e currículo", os cursos de graduação deverão ter no mínimo 3.200 horas de efetivo trabalho acadêmico, em cursos com duração de, no mínimo, oito semestres.

Ainda de acordo com a Resolução, a carga horária será dividida em 400 horas de prática como componente curricular, distribuídas ao longo do processo formativo; 400 horas dedicadas ao estágio supervisionado, na área de formação e atuação na educação básica, contemplando também outras áreas específicas, conforme o projeto de curso. A normativa prevê pelo menos 2.200 horas dedicadas às atividades formativas estruturadas por eixos, conforme o projeto de curso da instituição. Os estudantes terão ainda outras 200 horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento em áreas específicas.

Na UEL, das 15 licenciaturas oferecidas no Vestibular, 10 deverão manter o mesmo tempo de curso, ou seja, quatro anos. O curso de Pedagogia terá redução de um semestre - hoje o curso tem quatro anos e meio e a partir do ano que vem terá quatro anos. Outros quatro cursos terão aumento de tempo. Artes Visuais e História passam de quatro anos para quatro anos e meio. O curso de Música e o de Química pulam de quatro para cinco anos (veja tabela nesta página).

A Pró-reitora explica que, após a aprovação da normativa em 2015, debates junto aos Colegiados de Curso foram promovidos por meio do Fórum Permanente dos Cursos de Licenciatura (FOPE). As discussões foram estendidas nos anos seguintes, sendo intensificadas ano passado, quando os integrantes do FOPE buscaram coletivamente caracterizar de forma mais precisa as PCC´s.

Até o final deste ano todos as licenciaturas da UEL deverão ser aprovadas em reuniões ordinárias ou extraordinárias da Câmara de Graduação e posteriormente pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). A partir desta aprovação, será necessário ainda a apreciação por parte do Conselho de Administração (CA). O cronograma prevê que os projetos devem seguir para a Câmara de Graduação já a partir de agosto. A previsão é que tudo esteja aprovado e definido até dezembro deste ano. Pelo menos um curso, Letras Português, já teve o projeto de reformulação aprovado.

Segundo a professora Marta, a Prograd acompanhou os colegiados de cada licenciatura nesta fase final, buscando esclarecer todos os pontos para otimizar o tempo de tramitação de cada projeto de reestruturção à Resolução do Conselho Nacional da Educação. Ela adianta que a maioria dos cursos trabalha com previsão de manter a mesma estrutura física e de recursos humanos, em que pese aumento de carga horária.

As alterações curriculares deverão trazer um impacto positivo na formação do estudante de licenciatura. A Diretora de Apoio à Ação Pedagógica da Prograd, professora Ana Márcia Fernandes Tucci de Carvalho, afirma que a implementação dos novos Projetos Pedagógicos dos Cursos das Licenciaturas, atendendo às propostas da Resolução 02/2015, aponta para um caminho de melhoria da qualidade da formação do futuro professor do Ensino Básico, "Estamos resguardando uma proposta de formação de professores consistente", entende a diretora, enumerando que haverá maior contato com as escolas.

Já a Diretora de Assuntos Acadêmicos da Prograd, professora Maria Elisa Wotzasek Cestari, acredita que a Resolução 02/2015 favorece a interdiciplinaridade. Diante de todas estas mudanças, a equipe da Prograd afirma que a elaboração dos novos currículos representa o resultado de um amadurecimento da compreensão do papel exercido pela universidade na formação de professores, indicando uma transformação positiva nas licenciaturas da UEL.


 


Presidente do Fope da UEL acredita que impactos serão positivos

A presidente do Fórum Permanente das Licenciaturas (FOPE) da UEL, professora Helena Loureiro, do Departamento de Música e Teatro, acredita que os impactos das alterações a partir da à Resolução 02/2015, do Ministério e Conselho Nacional de Educação, serão positivos, em que pesem as dificuldades em ampliar recursos humanos e infraestrutura nos 15 cursos atingidos. Ela conta que os membros do Fórum participaram de intensos debates nos últimos dois anos, o que representou por si grandes ganhos para todos os cursos. "Esta Resolução deflagrou um novo olhar para as nossas licenciaturas por parte dos professores envolvidos, de uma forma todos buscamos reconstruir", define a presidente do FOPE. Diante deste cenário ela acredita que o saldo final será um aluno mais completo, a partir das mudanças que serão implementadas a partir do próximo ano.

Por outro lado a professora explica que as alterações não consideraram as consequentes elevações das cargas horárias dos cursos, já que na prática, as licenciaturas terão 400 horas de prática como componente curricular, distribuídas ao longo do processo formativo e outras 400 horas dedicadas ao estágio supervisionado. A normativa prevê ainda pelo menos 2.200 horas dedicadas às atividades formativas e outras 200 horas de atividades teórico-práticas.

"Vamos socorrer estas demandas, todos os professores estão comprometidos com este processo, mas não podemos falar mais em ampliações", prevê ela. Segundo a professora, cada curso buscou se adaptar, considerando as limitações de recursos humanos e infraestrutura neste primeiro momento. Ela afirma ainda que a partir do próximo ano os professores estarão desenvolvendo uma série de atividades considerando a carga horária mais pesada das licenciaturas com as demais atribuições do dia a dia como coordenação de estágio, coordenação de colegiado e de trabalhos de conclusão de curso (TCC), além da participação no Núcleo Docente Estruturante (NDE) e nos projetos de pesquisa e extensão.

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